PM DESABAFA SOBRE TIROTEIO QUE MATOU COMANDANTE DE UPP NO ALEMÃO: ‘NÃO TEM UNIÃO NA POLÍCIA’

terça-feira, 16 de setembro de 2014


O desabafo de uma policial militar, que estava no confronto que terminou com a morte do comandante da UPP Nova Brasília, no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, está ganhando as redes sociais. No áudio recebido através do WhatsApp do EXTRA (21 99644-1263 e 21 99809-9952), a PM lamenta a morte do capitão Uanderson Manoel da Silva, de 34 anos, e pede união entre os agentes de segurança pública.

“Não tem união na polícia. Se tivesse união, não faziam isso com a gente. Temos que ser um. É muito triste”.

A policial fala ainda que Uanderson foi para o confronto sem o colete à prova de balas. Ela comenta também que os responsáveis pelo ataque, ocorrido na região conhecida como Largo da Vivi, jogaram uma granada contra os agentes. O artefato não explodiu.

“Capitão, infelizmente, não pensou muito. Não pensou em nada. Saiu do jeito que estava. Pegou o fuzil e foi. À paisana, sem colete. E aconteceu isso aí. Para não ser pior, graças a Deus, porque Deus é bom demais, tinha uma granada também. Eles chutaram uma granada. E ela não estourou”.


Segundo o relato da PM, foram policiais de apoio, ou seja, que não pertencem à UPP Nova Brasília, os atacados por homens armados. A autora do áudio se identifica como sendo da UPP da Vila Kennedy, na Zona Oeste do Rio.

“Me senti um lixo hoje. Olha a hora que estou voltando para a base, para Vila Kennedy, para voltar para minha casa. Não sei por que um cabo lá não queria liberar a gente, mesmo com a rendição chegando. Tem colega que faz besteira. A revolta é tão grande que dá vontade de matar um, mesmo. Dá. Dá. O primeiro que tu vê na rua. Gente, que vida que a gente escolheu”.


“A política de pacificação veio para ficar”, diz Pezão

Por meio de nota, a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) confirmou que o capitão Uanderson estava sem colete. De acordo com o comunicado, “ele ouviu o pedido de auxílio de seus comandados e partiu para o local do confronto de imediato, sem o equipamento”.

O governador Luiz Fernando Pezão também enviou nota lamentando a morte do oficial. “Primeiro, quero me solidarizar com a esposa e a filha do Uanderson, que morreu trabalhando em defesa da paz dos moradores do Alemão. Em momentos como este, temos ainda mais determinação para não recuar e manter nosso compromisso com a pacificação, que reduziu a taxa de homicídios nas comunidades. Não vamos permitir que bandidos tirem covardemente a vida dos nossos policiais”, afirmou Pezão. O governador ainda reafirmou que vai formalizar nesta sexta-feira a permanência do Exército na Maré.

Morte de capitão

Policiais da 22ª DP (Penha) prenderam, na madrugada desta sexta-feira, Cassiano da Silva Harris, de 20 anos, um dos suspeitos de ter participado do confronto que terminou com a morte do comandante da UPP Nova Brasília, no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio. Cassiano foi preso na Vila Cruzeiro, no Complexo do Penha.

O capitão Uanderson, comandante da UPP Nova Brasília, morreu após ser atingido por um tiro no peito. O confronto foi na localidade conhecida como Largo do Vivi e começou por volta de 17h30, durando aproximadamente 30 minutos. O policial foi encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Complexo do Alemão e, em seguida, para o Hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha. Segundo a direção da unidade de saúde, o comandante foi levado para o centro cirúrgico, onde passou por uma cirurgia no tórax, mas não resistiu aos ferimentos.

De acordo com a nota enviada pela Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), Uanderson estava há 11 anos na Polícia Militar. Antes de assumir o comando da UPP Nova Brasília, há três meses, ele trabalhou nos seguintes batalhões: 14º BPM (Bangu), 15º BPM (Caxias) e 41º BPM (Irajá).

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