Faltam pneus para viaturas

terça-feira, 18 de março de 2014

Nadjara Martins
repórter do Tribuna do Norte

Dos 242 carros próprios que compõem a frota da Polícia Civil do Rio Grande do Norte, 70 estão parados nas oficinas. A maior parte - 60 veículos - está subutilizada pela falta de pneus. Além do básico, faltam também peças como baterias, para-brisas e cabeçotes, e algumas apresentam problemas mecânicos, como na direção hidráulica. A Delegacia Geral da Polícia Civil reconhece um débito de R$70 mil à única fornecedora de peças da instituição, localizada na Ribeira.

Adriano AbreuOficina da Polícia Civil recebe carros de todo o Estado. Ontem, 17 veículos estavam parados na área
Enquanto isso, há municípios no interior que sequer contam com viaturas, como é o caso de Baraúnas. O único carro disponível para a comarca quebrou e repousa no pátio da oficina da Polícia Civil. Delegacias regionais, como a de Mossoró, também sofrem com o problema: das 33 viaturas da regional, sete estão paradas por falta de peças. Algumas das delegacias que estão desfalcadas são a Delegacia de Homicídios (Dehom), DP’s da Grande Natal e delegacias do setor de inteligência da Polícia Civil.

Entre os modelos parados estão Ford Fiestas, Sanderos, Blazes. Uma fonte ligada à oficina da Polícia Civil, que preferiu não se identificar, informou à TRIBUNA DO NORTE que a instituição também conta com uma dívida de R$500 mil com o consórcio de locação, formado por nove locadoras. Além disso, ela aponta um débito total de R$170 mil com a fornecedora de peças, também referente ao ano passado.

A Oficina da Polícia Civil, que conta com 11 funcionários, recebe viaturas de todo o Estado. “O problema é que não há uma manutenção periódica dos carros. Eles só chegam aqui (na oficina) quando já estão quebrados. Hoje, a vida útil de um carro da Polícia Civil não passa de dois anos”, analisa a fonte ouvida pela TN. A oficina só realiza, hoje, o conserto de carros adquiridos a partir de 2007. Os veículos comprados antes desse período – um total de 94 – estão sendo direcionados para o ferro velho quando quebram. “É uma frota que só vem diminuindo, mas não há reposição”, acrescenta a fonte.

A TN procurou a empresa responsável pelo fornecimento das peças para a oficina, que reconheceu o débito de R$170 mil. De acordo com umafonte da empresa - que pediu para não ser identificada - os repasses deixaram de ser feitos em agosto. Entretanto, a oficina continua recebendo os carros para manutenção. Atualmente, 12 veículos estão na oficina.

A reportagem também conversou com um dos proprietários das locadoras que prestam serviço à Degepol. De acordo com o responsável pela instituição, 50% do debito – ou seja, R$250 mil – referentes ao ano passado já foram quitados. O consórcio aguarda o repasse referente aos meses de janeiro e fevereiro deste ano.

O pagamento destes primeiros meses, porém, só deve sair a partir de abril, de acordo com a Delegacia Geral da Polícia Civil. Segundo o diretor administrativo da Degepol, Gustavo Santana, a quitação dos dois primeiros meses de 2014 dependem da autorização da Controladoria Geral do Estado. “Já fizemos o empenho do débito, agora depende da controladoria autorizar, o que deve sair nos próximos dias. Como a semana que vem começam os pagamentos dos servidores, a quitação só deve acontecer na primeira semana de abril”, estimou Santana. Ele nega, porém, que ainda exista o débito de meio milhão com as locadoras. “Só devemos janeiro e fevereiro”, salienta.

Segundo a Degepol, já existe um processo para aquisição de 50 viaturas, que tramita na Secretaria de Segurança e Defesa Social (Sesed), com pregão previsto para acontecer na próxima semana. No entanto, a compra não conseguirá suprir sequer as viaturas que foram mandadas para a sucata. A última compra de viaturas para a Degepol foi em 2012, na qual foram adquiridos 60 Ford Fiestas.


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