Justiça condena sargento que comprava armas em Mossoró e vendia na Grande Natal

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O juiz Peterson Fernandes Braga, de São Paulo do Potengi, proferiu uma sentença fundamental para
reduzir a violência na região da Grande Natal e cidades vizinhas. Condenou o sargento da PM Marinaldo
Gomes de Oliveira a 20 anos e 3 meses de prisão por comprar armas e munições em Mossoró e vender
na região da Grande Natal e cidades vizinhas.
Na época da prisão, o delegado que conduziu a investigação disse que Marinaldo, então comandante do
destacamento da PM na cidade de Barcelona, tinha relação direta com pistoleiros e outros tipos de
criminosos e que a prisão da quadrilha, conforme constatado na investigação, iria reduzir os crimes em
Mossoro e na região de Natal.
Condenou também os comparsas dele: Márcio Valério de Medeiros Dantas (Sd PM), João Francisco de
Souza (sgt PM), Antônio Martins Filho, Geraldo Meireles dos Santos, Simão Tasio Moura de Morais e
Francisco de Araújo Dantas a penas que vai de 6 anos e 8 meses de prisão a pena imposta pelo
magistrado ao sargento PM, que segundo a denuncia, comandou o esquema.
O esquema de compra e venda de armas foi descoberto e desbaratado na Operação Jabulane, realizada
no mês de junho de 2010 (Recebeu o nome de Jabulane pelo fato da operação ter sido na mesma época
da Copa do Mundo). Marinaldo, Simão Tásio, Geraldo Meireles, Antônio Martins e Márcio Valério foram
presos na região da Grande Natal e cidades vizinhas.
João Francisco e Francisco de Araújo foram presos em Mossoró e os demais na região da grande natal e
cidades vizinhas. Com os suspeitos, foram muitas armas de grosso calibre e de calibres variados. Os
promotores que participaram da operação ficaram assustados com o poder de fogo e de influência,
especialmente do sargento PM Marinaldo Gomes.
Veja a sentença na íntegra do juiz Peterson Fernandes Braga AQUI.
Na época da Operação Jabulane, o então delegado da DEICOR, Odilon Teodósio, disse que o grupo preso
tinha relação direta com pistoleiros autores de execuções tanto em Natal, como nos municípios vizinhos
e também na região de Mossoró.
Veja abaixo reportagem do Jornalista Thiago Macedo da época da Operação Jabulane, em 2010.
Operações Laduma e Jabulani prendem 12 e apreende arsenal bélico
Criminosos, incluindo três policiais militares, são investigados por dezenas de execuções e chacinas no
Rio Grande do Norte.
Doze pessoas foram presas suspeitas de participação em dezenas de execuções e responsável pelo
tráfico de armas e munições no Rio Grande do Norte. Batizadas de Laduma e Jabulani, em homenagem a
Copa do Mundo da África do Sul , as operações foram realizadas durante esta quinta-feira (10), em
vários pontos do Estado.
Nesta tarde, a Secretaria Estadual de Segurança Pública convocou a imprensa para explicar as
investigações que resultaram na ação. Além das prisões, foram apreendidas 15 armas, 500 quilos de
pólvora e milhares de munições dos mais variados calibres. Apesar de terem sido realizadas duas
operações, os dois grupos têm ligação e trabalhavam em conjunto.
De acordo com o delegado Odilon Teodósio, que coordenou a ação policial, os criminosos vinham sendo
investigados há oito meses. Entre os presos, estão três policiais militares. Foram cumpridos 39
mandados de busca e apreensão e 13 de prisão temporária, declarou.
Odilon Teodósio explicou que a quadrilha trabalhava principalmente com pistolagem e extorsão. Eles
eram contratados para matar e, com essas prisões, a Secretaria de Segurança espera reduzir
consideravelmente o número de homicídios no Estado, nos próximos meses.
Os três policiais militares presos são o soldado Marcos Valério e os sargentos Marinaldo Gomes de
Oliveira e João Francisco de Souza. Esses dois últimos com mais de 20 anos de serviço na Polícia Militar
e ambos com a ficha limpa, de acordo com o comandante geral, coronel Araújo Silva.
A necessidade deles de traficar armas e munições partiu da grande demanda de homicídios o que gerou
a necessidade de várias o tipo de calibre usado para matar, explica o delegado Odilon Teodósio.
O sargento Souza, inclusive, havia sido preso no dia 11 de maio deste ano, pela Polícia Rodoviária
Federal. Ele foi flagrado com mais de mil munições que havia comprado de forma ilegal. Aquele foi o
início dessa operação, destaca.
Entre os crimes atribuídos ao grupo, inicialmente, estão chacinas como às de Lagoa Azul e Gramoré. No
entanto, a partir de agora, a Delegacia de Homicídios deverá começar uma investigação bem maior para
elucidar outros crimes. O que podemos dizer é que com certeza a sociedade sentirá a diferença nas
próximas semanas, comenta.
O delegado Odilon ressaltou ainda que com essas prisões, as testemunhas se sentirão mais a vontade
para apresentar informações que possam elucidar os crimes. Outro ponto positivo é que com essa
grande quantidade de armas apreendidas teremos um bom trabalho de comparação balística,
fundamental para chegar a criminosos, avalia.
Entre as armas apreendidas estão duas pistolas calibre 380, duas espingardas calibre 12, uma espingarda
calibre 32 e um fuzil 762.
Flagrantes
Durante as operações Laduma e Jabulani, os policiais conseguiram ainda realizar um flagrante de aborto.
Jerliane Araújo cometeu o aborto juntamente com Márcio Valério, irmão do saldado Marcos, na noite
desta quarta-feira (9).
Ainda durante a ação, um dos criminosos procurados, Wesley Breno, reagiu a prisão atirando contra os
policiais e acabou sendo atingido por três disparos. Ele foi levado ao Hospital Walfredo Gurgel e passa
bem.
Wesley havia passado no concurso de agente penitenciário estava prestes a assumir o cargo. No entanto,
a polícia descobriu a participação dele nos crimes e a justiça emitiu o mandado de prisão. Ele também é
acusado de tentar fraudar o concurso da Polícia Militar.
No total, quase 300 policiais civis e militares participaram das operações realizadas nesta quinta-feira.
Para o secretário estadual de segurança pública, Cristovam Praxedes, essa ação é mais uma resposta a
sociedade norte-rio-grandense.
Nós estamos fazendo um trabalho modesto, mas que valoriza os bons policiais, que são maioria, e
tirando do caminho os que não prestam, disse Praxedes.
Os presos são: Marcos Valério (soldado PM), Marinaldo Gomes de Oliveira (sargento PM), João Francisco
de Souza (sargento PM), Márcio Valério (irmão de Marcos), Maricleide Pereira (mulher de Márcio),
Jerliane Araújo (namorada de Márcio), Everaldo Matias do Nascimento (tentou fraudar concurso da PM),
Antonio Matias Filho (comerciante de armas), Wesley Breno (aprovado no concurso de agente
penitenciário), Francisca Cassimiro de Farias e Simão Tácio Moura de Morais.

http://defato.com/blog/retrato-do-oeste/2012/10/12/justica-condena-sargento-que-comprava-armas-em-mossoro-e-vendia-na-grande-natal/

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