CONFUSÃO JURÍDICA: SOCOS E PONTAPÉS ENTRE DESEMBARGADORES DO TJ-RN
segunda-feira, 9 de abril de 2012
Tribunal examinará briga entre desembargadores
NATAL, quarta-feira 4 de abril de 2.012 - Os desembargadores Caio Alencar, investigador, de um lado, e Oswaldo Cruz e Rafael Godeiro, formalmente acusados, de outro, são os três protagonistas da briga física que magistrados vivenciaram na tarde da última segunda-feira, 2, anteontem, em dependências do Tribunal de Justiça, por conta do roubo de milhões de reais da conta de precatórios da corte potiguar.
O conflito ainda não foi administrativamente digerido na corte, cuja presidente, desembargadora Judite Monte, logo em seguida determinou o reforço à proteção a ela, a Caio, que preside a comissão de sindicância ensejada pelo roubo dos precatórios, e o juiz Luiz Alberto Dantas, que integra o grupo de investigação. Mesmo com o tribunal esvaziado em função da véspera do ponto facultativo desta quinta-feira, 5, véspera da "Sexta-feira da Paixão", outros desembargadores querem que Judite convoque extraodinariamente o Tribunal para examinar disciplinarmente a briga e punir os agressores.
Segundo foi possível apurar, houve verdadeira cilada depois de reunião em que desembargadores conversaram sobre as investigações. Terminado o encontro, Caio se dirigia à sua sala quando passou por Rafael e este lhe dirigiu uma piada. Voltou-se, pedindo-lhe que repetisse o gracejo, e a resposta foi um murro desfechado pelo colega. Passaram a trocar sopapos, e Oswaldo entrou na briga, agredindo Caio Alencar. Colegas, amigos comuns e funcionários da corte intervieram, daí a alguns minutos, separando os três.
Ninguém sabe quem levou a melhor. Versões emanadas da sede do tribunal convergem para o fato de que um dos contendores saiu da briga com fratura na clavícula e outro recebeu uma pancada tão forte na virilha que precisou ser atendido em pronto-socorro. Caio foi visto na manhã desta quarta-feira, 4, hoje, fazendo Cooper numa das avenidas de Natal, sem demonstrar ter sofrido qualquer lesão grave.
Aos olhos de outros magistrados, o conflito foi armado para que o tribunal afaste de seu plenário os dois acusados de co-autoria no roubo dos precatórios, que é um dos maiores desvios de recursos públicos já promovidos no Brasil, e o principal responsável pelas investigações que chegou a seus nomes. Isto não apenas nivelaria aos três, por baixo, afastando-os da corte, mas impediria que o presidente da comissão de sindicância continuasse a garimpar informações sobre as ilicitudes que lhe são imputadas.
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