Polícia Civil e MP esclarecem prisão dos assassinos de Maria Luiza
sábado, 8 de dezembro de 2012
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Por Portalbo
Foto: Divulgação / Polícia Civil
A
Polícia Civil juntamente com o Ministério Público receberam a imprensa
no final da manhã dessa sexta-feira (07) para esclarecer os detalhes da
prisão e do processo dos envolvidos no caso do assassinato da estudante
Maria Luiza Fernandes Bezerra, de 15 anos, ocorrido em abril de 2009, no
bairro de Cidade da Esperança. A Denúncia contra os indiciados Thiago
Felipe Rodrigues Pereira, Thiago Cabeção, 26, e Kleisson de Souza
Freitas da Silva, Negão, 32, foi recebida nesta quinta-feira (06) pelo
Juiz da 3ª Vara Criminal de Natal.
A Operação “Fighter” (lutador em inglês) deflagrada pela Delegacia
Especializada de Homicídios (DEHOM) sob o comando do delegado Laerte
Jardim, com a participação do Ministério Público, com o objetivo de
investigar o crime foi iniciada em outubro de 2011 e finalizada nesse
mês de dezembro com a elucidação e todos os detalhes que culminaram com a
morte de Maria Luiza. O nome da operação foi dado em homenagem à Maria
Luiza, cujo segundo nome significa lutadora, e os laudos periciais
apontaram que a vítima lutou desde o início contra os criminosos, tendo
perdido inclusive parte das unhas.
As denúncias enviadas ao MP apontam que Thiago Pereira costumava
assediar a vítima no intuito de ter relações sexuais com ela. “As
investigações mostram que desde o início a motivação do crime teve o
enfoque sexual, ou seja, os acusados nutriam um desejo não correspondido
pela vítima”, frisou o delegado Laerte Jardim ressaltando o apoio do MP
que ajudou nas investigações.
Mas diante das constantes recusas de Maria Luiza ele, juntamente com
seu comparsa, a seqüestraram, estupraram e assassinaram. “Os depoimentos
testemunhais, provas documentais e o vasto material pericial foi
decisivo para a conclusão desse caso”, revelou o Promotor de Justiça,
Jovino Pereira, que acompanhou e participou das investigações. Mais de
cem pessoas foram ouvidas durante o processo investigativo.
De acordo com as investigações feitas pela Polícia Civil, na noite de
21 de abril de 2009, por volta das 19h30, a estudante foi raptada pelos
acusados quando trafegava na Av. Capitão Mor Gouveia, bairro Bom
Pastor, e depois levada, num veículo GOL, cor branca, para a casa de
Kleisson Silva, no conjunto Jardim América, local onde foram praticados
os abusos sexuais, agressões e o homicídio. Em seguida, eles
transportaram o corpo da adolescente até um lixão, onde a enterraram
após vilipendiar o cadáver. Vestígios de sangue foram inclusive
encontrados na casa do acusado, conforme laudos periciais.
Insatisfeitos com a reação da vítima, que também estava menstruada
naquele momento, os denunciados a mataram por esganadura com uso das
mãos e vestes que retiraram da adolescente. Na mesma noite, os
denunciados transportaram o cadáver de Maria Luiza até um lixão num
morro situado na rua da Fé, conjunto Jardim América, onde o
vilipendiaram (introduzindo galho na vagina que perfurou o útero e as
alças intestinais) e ocultaram.
Segundo o delegado Laerte Jardim, os suspeitos chegaram a coagir
testemunhas durante o processo. “Temos informações de que houve ameaça
às testemunhas e que inclusive eles chegaram a obrigá-las a mentir em
seus depoimentos”, acrescentou. Kleisson chegou a se evadir do estado
logo após o crime, indo morar na Paraíba e depois no Ceará.
Os assassinos foram indiciados pelos crimes de homicídio triplamente
qualificado, seqüestro e cárcere privado, roubo qualificado, estupro,
vilipendio de cadáver e ocultação de cadáver. Caso sejam condenados às
penas máximas eles poderão ser sentenciados a mais de 60 anos de prisão.
Os dois acusados se encontram custodiados na Cadeia Pública de Nova
Cruz, onde já respondem por outros crimes. Thiago Felipe responde a
processos por homicídio, porte de munição e posse de drogas, enquanto
Kleisson já responde por furto e crime de violência doméstica. A Polícia
Civil e o MP apontam ainda a participação de pelo menos outras duas
pessoas no crime, mas os detalhes não foram divulgados para não
atrapalhar as investigações.
Relembre o caso
A adolescente Maria Luíza Fernandes Bezerra, de 15 anos, havia saído
de casa para ir a uma lan house no dia 21 de abril de 2009 e depois
desapareceu. Ela foi encontrada morta no dia 27 de abril de 2009 num
lixão localizado nas proximidades do bairro de Cidade da Esperança, Zona
Oeste de Natal. Maria Luiza tinha o corpo despido, com sinais de
violência sexual, estrangulamento e ainda teve um galho de 40cm
introduzido na região genital. O caso ganhou repercussão na imprensa
potiguar devido aos requintes de crueldade com que foi praticado.
Thiago Felipe Rodrigues Pereira, de 25 anos, conhecido como "Thiago
Cabeção", foi apontado como suspeito de ter praticado o crime. Ele
chegou a ser preso em maio daquele ano, juntamente com outro suspeito,
mas após 90 dias, teve a prisão relaxada por falta de provas. No último
dia 21 de agosto desse ano, a Polícia Civil cumpriu mandado de prisão
contra Thiago Felipe por suspeita do homicídio de Francinildo Cordeiro
dos Santos.
As investigações do caso foram iniciadas pela delegada Adriana
Shirley, da Delegacia Especializa na Defesa da Criança e do Adolescente
(DCA) e, em 2011, o inquérito foi repassado para a Delegacia
Especializada em Homicídios (DEHOM), sendo presidido pelo delegado
Laerte Jardim.
*Fonte: Assessoria / Degepol
*Fonte: Assessoria / Degepol