Governo não vai tolerar atos de violência, diz Dilma
quinta-feira, 12 de junho de 2014
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Salvador (AE) - A presidente Dilma Rousseff reafirmou nontem, em Salvador, que o governo federal não vai tolerar atos de violência e vandalismo durante a Copa do Mundo. "Somos um país democrático, respeitamos o direito das pessoas de se manifestar, no entanto não teremos a menor contemplação com quem achar que pode praticar atos de vandalismo ou atingir o direito da maioria de assistir e desfrutar e usufruir de sua Copa do Mundo", afirmou a presidente. "Temos um sistema quase perfeito, porque nada humano é perfeito, para garantir a segurança de todos que vierem nos visitar e dos brasileiros."
Dilma participou da última grande inauguração de obras antes do início da copa. Após 14 anos de construção - e mais de R$ 1 bilhão investidos - entrou em funcionamento, na tarde de ontem, o primeiro trecho do metrô de Salvador. A linha, de 5,6 quilômetros, liga o principal entroncamento rodoviário da cidade, a Rótula do Abacaxi, com a Estação de Transbordo da Lapa, passando na frente da Arena Fonte Nova, palco das partidas do mundial na cidade.
A presidente disse que os brasileiros "podem ter orgulho" pela realização do mundial no País. "Estamos entregando todos os estádios, todos os aeroportos e nossa rede de comunicações é das mais modernas do mundo nas cidades sede", afirmou. "Mas ninguém leva metrô dentro da mala quando volta para o seu país, não bota na mala o aeroporto, a (Arena) Fonte Nova (estádio que será palco das partidas do mundial em Salvador), ele leva no coração ser bem recebido."
A presidente também comentou sobre os custos das obras para a copa e as denúncias de superfaturamento e desvios de verbas. "Isso é a tentativa de politizar uma coisa que não deve ser politizada", disse. "Se houver algum gasto indevido, incorreto, superfaturado, quem fez o gasto vai pagar, porque toda a fiscalização do governo federal atuará nesse caso."
Discurso
Depois das vaias na abertura da Copa das Confederações, no ano passado, em Brasília, a cerimônia que acontecerá antes do primeiro jogo da Copa do Mundo, entre Brasil e Croácia, nesta quinta-feira, no Itaquerão, em São Paulo, não deverá ter discursos de Joseph Blatter, mandatário da Fifa, e da presidente Dilma Rousseff. Se realmente não discursar, Dilma quebrará uma tradição recente do evento, que contou com declarações de presidentes e primeiros-ministros nas últimas duas décadas.
De acordo com a Fifa, não estão programados discursos de Blatter ou da presidente do Brasil. Nem mesmo o pronunciamento protocolar, que oficializa o início da competição, está garantido.
A decisão de vetar os pronunciamentos deve poupar tanto Blatter quanto a presidente na cerimônia. No ano passado, ambos foram alvos de forte vaia dos torcedores presentes no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, durante a abertura da Copa das Confederações, na esteira das manifestações que estouraram pelas ruas do Brasil em junho - na ocasião, eles foram alvo fácil por simbolizarem os criticados gastos públicos para a realização do Mundial no País.
Tribuna do Norte