Traficante Nem da Rocinha vai ter vizinhos perigosos em presídio em Campo Grande
O ex-chefe do tráfico de drogas da Rocinha, Antônio Francisco Bonfim Lopes – conhecido como Nem - vai ter alguns vizinhos em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Ele vai ter a companhia de outros famosos líderes do tráfico de drogas do Rio de Janeiro.
A operação de transferência do traficante Nem contou com forte esquema de segurança na manhã deste sábado (19). Ao todo, 40 inspetores penitenciários do GSE (Grupamento de Serviço e Escolta) e 11 viaturas da Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) escoltaram o criminosos que deixou o complexo penitenciário de Bangu, zona oeste do Rio, por volta de 6h15.
Veja as fotos da prisão do traficante
Nem e comparsas embarcam para Campo Grande
Depois de cair nas mãos da polícia, Nem ficou apenas nove dias no Rio de Janeiro, neste sábado (19) ele trocou a cela individual de Bangu 1, no Complexo Penitenciário de Gericinó, zona oeste da capital fluminense, por uma cela de segurança máxima em Campo Grande. Ele será o preso 114 da unidade.
Segundo especialistas, manter o traficante longe do Estado é uma maneira de tentar evitar que ele continue comandando o crime de dentro dos portões da Justiça.
Para a ex-secretaria Nacional de Justiça, Elizabeth Sussekind, se Nem ficasse no Rio ele teria facilidade para dar recados e ordens para outros traficantes.
- É importante que eles estejam afastados de suas bases, que eles sejam isolados, o que impede ou reduz a influência que eles têm, embora presos, nas áreas onde eles trabalham.
Em Campo Grande, Nem vai ficar em uma cela individual e sairá sozinho para o banho de sol, sem contato com outros presos. Além disso, ele não terá TV nem rádio e viverá cercado de câmeras de segurança.
As principais lideranças do tráfico de drogas no Rio estão espalhadas pelos presídios federais brasileiros. Nem será vizinho de Elias Maluco, um dos assassinos de Tim Lopes, que também está em Campo Grande.
Além dele, Sandra Helena Gabriel, a Sandra Sapatão, do Jacarezinho. Zona norte da cidade, e o grupo de milicianos liderados por Ricardo Teixeira da Cruz, o Batman, estão no mesmo presídio.
Em Porto Velho, capital de Rondônia, estão os traficantes Polegar, ex-chefe do trafico na Mangueira e Marcinho VP, do Complexo do Alemão, Isaías do Boreu foi mandado para Catanduvas, no Paraná.
Fernandinho Beira-Mar já rodou por todos estes presídios e atualmente está em Mossoró, Rio Grande do Norte.
Ao todo, 413 pessoas estão espalhadas pelos presídios federais do Brasil, todas a milhares de quilômetros das suas cidades de origem.
Para Elizabeth Sussekind, isso ocorre por causa da incapacidade dos Estados em manter os seus presos isolados e longe do crime.
- Eles não conseguem isolar por conta da corrupção. O único benefício para a sociedade e para o sistema prisional é que há um maior isolamento, uma redução do contato dele com suas áreas de influência, onde comete delitos e onde gerencia seus negócios criminosos.