Tremores no CIOSP assustam PM’s
Por Tribuna do Norte
Uma série de tremores no prédio onde fica o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp), no QG da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, está assustando os praças que lá atuam e, ontem de manhã, interrompeu por mais de quatro horas a prestação do atendimento a pelo menos 1,368 milhão de habitantes dos dez municípios da Região Metropolitana de Natal (RMN).
Por questão de hierarquia, os praças e oficiais da PM e de outros órgãos como Guarda Municipal e do Corpo de Bombeiros, lotados no Ciosp não queriam aparecer, mas confirmaram que em uma semana ocorreram três tremores, o primeiro no dia 28 de outubro, outro em 1º de novembro e às 6h10 de ontem.
O comandante da PM, coronel Francisco Canindé de Araújo, não quis se pronunciar sobre o assunto, porque embora o Ciosp esteja sediado no QG da avenida Rodrigues Alves por questão operacional, é uma unidade subordinada à Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed).
Araújo Silva afirmou, porém, que o que está ocorrendo “deve-se a acomodação do terreno” por causa das obras que são realizadas e já se arrastam há algum tempo na Cidade da Criança.
As obras na antiga Lagoa de Manoel Felipe e por onde são escoadas águas para o Canal do Baldo, tinham comprometido, anteriormente, a estrutura do prédio onde funcionava a Banda de Música da Polícia Militar, a ponto de ruir uma parte das paredes.
O secretário estadual adjunto de Defesa Social, delegado Clidenor da Silva Júnior informou, por telefone, que à tarde engenheiros do Conselho Regional de Arquitetura, Engenharia e Agronomia (Crea-RN) estariam se deslocando para o Ciosp, a fim de averiguar se os tremores estariam relacionados às obras da Cidade da Criança. “O terreno lá é muito arenoso e se acomoda rapidamente”, disse ele, que dependendo do relatório do Crea cogita de pedir a interrupção das obras ao lado do QG da PM.
Alguns servidores do Ciosp diziam que existem rachaduras no prédio, mas o coordenador do Ciosp, major Carlos Cléber Macedo, disse que algumas rachaduras já existiam antes e que elas são do revestimento da parede, justamente na fissuras tecnicamente previstas para a dilatação da estrutura ocasionada pela temperatura.
A TRIBUNA DO NORTE não teve acesso à área interna do prédio, mas alguns funcionários do Ciosp afirmavam que em alguns pontos os ferros estão à mostra.
“A gente não pode prestar um serviço de segurança, correndo também risco de segurança”, chegou a dizer um praça, a respeito dos tremores que ocorrem nos horários noturnos e vespertino.
O tenente do Corpo de Bombeiros Carlos Henrique da Silva Oliveira este no Ciosp e a informação preliminar, que ele tinha pela manhã, era de que o tremor das 6:10 foi provocado por uma máquina compactadora que estava trabalhando nas obras da Cidade da Criança.