MPE e PRF deflagram Operação Cangueiros e prendem 11 em Mossoró

terça-feira, 11 de setembro de 2012

DIARIODENATAL.COM.BR
Foi deflagrada na manhã desta terça-feira (11), em Mossoró, pelo Ministério Público Estadual, em parceria com a
Polícia Rodoviária Federal, a Operação Cangueiros. Foram cumpridos 11 mandados de prisão temporária e 17
mandados de busca e apreensão contra proprietários de Centros de Formação de Condutores e funcionários
públicos que trabalham no DETRAN/Mossoró entre eles o Diretor do DETRAN de Mossoró, Jader Luiz Henrique da
Costa. A operação decorreu de investigação promovida pelo GAECO.
Segundo as investigações, todos os envolvidos faziam parte de uma quadrilha que agia em Mossoró, Tibau, Assú e
Alexandria fraudando diversas etapas do processo de emissão da Carteira Nacional de Habilitação - CNH´s. As
irregularidades aconteciam desde o registro falso da presença dos interessados às obtenção de CNH nas aulas
teóricas à facilidades nos testes escritos, práticos, psicológicos e exames médicos. Isso possibilitou que pessoas
analfabetas, por exemplo, ou com algum grau de deficiência visual conseguisse obter sua Habilitação.
A fraude envolvia além do presidente do DETRAN e servidores públicos daquele órgão, os proprietários dos
Centros de Formação de Condutores SIGA, PARADA OBRIGATÓRIA, PILOTO e PITÉU. O esquema funcionava com a
captação de interessados à obtenção de CNH, os quais não precisavam assistir às aulas teóricas e/ou eram
favorecidos nas provas escritas e práticas. Em muitos casos os gabaritos da prova teórica eram entregues em
branco para posteriormente serem preenchidos pelos integrantes da quadrilha. Além disso, os aspirantes a
condutores tinham acesso antecipadamente aos testes psicológicos e eram aprovados nos exames de visão ainda
que apresentassem algum tipo de problema que o incapacitasse à aptidão no referido exame. Nem mesmo os
testes de direção, muitas das vezes precisavam ser feitos.
A quadrilha possuíam uma tabela com os valores para os favorecimentos que iam desde a aulas para o psicoteste,
no valor de R$ 200,00, à aprovação no teste de volante por R$ 250,00 e até R$ 4.000,00 para as demais etapas do
processo. A investigação demonstrou que o principal alvo da quadrilha eram os analfabetos.
Entre os crimes praticados estão formação de quadrilha (art. 288 do CP), inserção de dados falsos em sistema de
informação (art. 313-A) e corrupção passiva e ativa (arts. 317 e 333 do CP).
A Operação Cangueiros contou com o apoio de 24 Promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especial de
Combate ao Crime Organizado (GAECO), 120 agentes da Polícia Rodoviária Federal e de 12 Policiais Militares. Além
das prisões temporárias, foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão nas cidades de Mossoró, Tibau,
Assú, Alexandria e Aracati/CE.

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