Caso Telexfree: Juíza do caso é ameaçada de morte e Polícia Civil identifica alguns dos acusados
sábado, 29 de junho de 2013
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Gleydison Meireles – da redação de ac24horas
No final da tarde desta sexta-feira (28) membros do Ministério Público do Estado do Acre e delegados da Polícia Civil realizaram uma coletiva a imprensa onde afirmaram que a juíza Thaís Queiroz Borges de Oliveira Abou Khalil, titular da 2ª Vara Cível da Comarca de Rio Branco vem sofrendo ameaças de morte e que a Polícia Civil já está investigando na tentativa de identificar os autores das ameaças.
Foi a magistrada que determinou que as atividades da empresa Ympactus Comercio LTDA, a Telexfree, fossem suspensas no Estado, ficando vedada a realização de novos cadastros e o pagamento dos divulgadores. A decisão judicial caiu como uma bomba no meio de investidores e divulgadores. Uma série de protestos foi realizado pelos membros da empresa, que afirmam praticar marketing multinível e não pirâmide financeira como foi evidenciada na decisão da juíza.
Participaram a coletiva os Promotores de Justiça Danilo Lovisaro, que atua como membro do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaecco), do Ministério Público e Rodrigo Curti, além dos delegados de Polícia Civil Nilton Cesar Boscaro, titular da Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Decco) e Fabrizio Leonard Sombrera, da Delegacia Itinerante.
Durante coletiva promotores e delegados confirmaram as ameaças a magistrada e disseram que a Justiça não abaixará a cabeça diante de ações criminosas
O promotor membro do Gaecco afirmou que Ministério Público entendeu que a Ympactus/Telexfree atua como pirâmide financeira e por isso ingressou com ação civil pública e que agora teve desdobramentos no campo criminal onde estão sendo apuradas as ameaças contra a magistrada.
“O Ministério Público, desde o momento que foram promovidas as ações na esfera cível, tem entendido que há uma pirâmide financeira na atividade da Telexfree e por isso ingressou com as medidas judiciais cabíveis e agora propondo a ação civil publica a respeito desses fatos, que já foi ajuizada na data de hoje. Portanto há um desdobramento agora no campo criminal, onde os fatos serão apurados a respeito de ameaças que algumas autoridades estão sofrendo em decorrência das investigações. Estamos juntos, Ministério Público e Polícia Civil atuando e buscando todas as medidas necessária para coibir qualquer tipo de interferência que possa ser prejudicial e que possa ameaçar a tranquilidade da julgadora da causa”, explicou Danilo Lovisaro.
O delegado Nilton Boscaro afirmou que as investigações tiveram inicio na quinta-feira (27), logo após receber a denuncia sobre as ameaças e foi enfático em afirmar que a polícia está trabalhando diuturnamente para se chegar aos responsáveis as ameaças.
“As investigações iniciaram-se tão logo recebemos a denuncia e já estamos com equipes de policiais no caso trabalhando noite e dia até chegarmos aos responsáveis por essas ameaças”, disse Boscaro.
As ameaças tiveram inicio na tarde de quarta-feira (26) por meio das redes sociais, e-mails e telefonemas anônimos, feitas a magistradas e seus familiares. O promotor Rodrigo Curti afirmou que as ameaças estão sendo feitas por supostos divulgadores da Telexfree que vem agindo de forma covarde tentando intimidar a Juíza e destacou que a Justiça não irá se curvar ou baixar a cabeça diante de atitudes criminosas.
“A juíza Thays Kalil sofreu e vem sofrendo ameaças de morte, diretamente, por supostos divulgadores da Telexfree, uma atitude covarde e criminosa que caracteriza coação no curso do processo, com pena de reclusão de até quatro anos, e nos vamos tomar todas as providências porque a Justiça, o Ministério Publico e a polícia não vai se intimidar com ameaças covardes dessa natureza que ofendem as instituições e seus representantes, o que só vem a mostrar e deixar claro pra toda sociedade o perfil criminoso de alguns dos integrantes divulgadores dessa empresa, nos não vamos abaixar a cabeça pra isso, vamos coibir e combater com todas as nossas forças qualquer tipo de ameaça a qualquer membro da magistratura, do Ministério Público ou qualquer outra pessoa que venha investigar essa pirâmide financeira, esse é o recado que estamos dando para as pessoas que ameaçaram e pretendem ameaçar a juíza ou qualquer membro do Ministério Público, nos não vamos nos intimidar com essas ameaças criminosas, covardes e irresponsáveis e passiveis de prisão para esse tipo de pessoas”, afirmou Rodrigo Curti.
Apesar de não haver confirmação por parte dos delegados algumas prisões podem ocorrer neste final de semana, já que a autoria de algumas das ameaças já foram identificadas.