Pais que perderam filhos no trânsito realizam projetos de mobilização social
Muitas famílias que perderam entes
queridos vítimas de um acidente de
trânsito têm unido forças para
cobrar por justiça e diminuir a
impunidade. A combinação álcool e
direção, tão frequente entre os
jovens, traz índices alarmantes e que
precisam mobilizar a sociedade.
A maioria dos jovens entre 15 e 29
anos morre em razão de causas
violentas no Brasil. Este é o
resultado de uma pesquisa
divulgada na última quarta-feira
(30-11) pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). O
índice abrange mortes provocadas
em decorrência de homicídios,
suicídios, acidentes de trânsito, e
outras causas externas.
De acordo com Christiane Yared,
fundadora do Instituto Paz no
Trânsito, a repetição de mortes de
jovens no trânsito acontece por que
ainda existe impunidade. “A
impunidade é algo sem tamanho. É
possível ver isso em todo o país e
em todos os sentidos”, diz.
Christiane é mãe de Gilmar Rafael
Yared, um dos jovens mortos na
madrugada do dia 07 de maio de
2009, vítima de um acidente de
trânsito em Curitiba. Gilmar e o
amigo, Carlos Murilo de Almeida se
envolveram em um acidente com o
ex-deputado Carli Filho, que
supostamente dirigia embriagado e
em alta velocidade.
A partir do acidente, surgiu o
movimento “190 km/h é Crime”, que
obteve projeção nacional,
mobilizando militantes em vários
estados brasileiros. Em pouco mais
de um ano, o movimento alcançou a
marca de 500 mil adesivos de
automóvel distribuídos
voluntariamente. “Nós enquanto
família e sociedade nos sentimos
impotentes, e é esse o clamor de
tantas famílias que acabam
montando ONGs e instituições para
que algo mude”, completa Yared.
Links relacionados
Trânsito na Paz
190 km/h é crime
Saiba mais sobre o Vida Urgente
Segundo o estudo anual Saúde
Brasil 2010, realizada pela Secretaria
de Vigilância em Saúde, do total de
mortes em 2009, 45,6% ocorreram
entre pessoas entre 20 e 39 anos.
Entre 15 e 19 anos, esse número
sobe para 53,4 %.
Diza Gonzaga é mãe de Thiago
Gonzaga, mais um jovem morto
quando um carro em que estava de
carona chocou-se contra um
contêiner colocado irregularmente
em uma Rua de Porto Alegre (RS). A
partir da morte do Filho, Diza iniciou
o Projeto Vida Urgente, que busca
mobilizar a sociedade para uma
mudança de comportamento através
de ações educativas e culturais. “O
trânsito é uma questão de educação
e de mudança de comportamento.
As pessoas não estão morrendo por
desconhecer a sinalização. As
pessoas morrem pelo
comportamento”, diz. Para Diza, seu
sonho é fechar a fundação, para
que não tenham mais acidentes
como os que acontecem hoje.
Segundo o Mapa da Violência de
2011 divulgado pelo Ministério da
Justiça e o Instituto Sangari, entre as
causas de morte violenta, os
acidentes de transporte
representam 19,3% da porcentagem
total de óbitos de jovens no Brasil,
perdendo apenas para os
homicídios com 39,7 %.
Fonte: www.viacertanatal.com/