Acidente em Jacumã traz alerta para riscos do Buggy

domingo, 8 de janeiro de 2012

De Felipe Gibson, especial para o Diário de Natal

Um acidente de buggy envolvendo turistas do Rio

de Janeiro no último dia 28 de dezembro na praia

de Jacumã, litoral Norte, reacende o alerta para a

necessidade de prezar pela segurança nos

passeios. Independente da experiência e técnica

dos bugueiros, a atividade traz riscos e está sujeita

a fatalidades, como reconhece o presidente do

Sindicato dos Bugueiros Profissionais do Rio

Grande do Norte (Sindbuggy/RN ), Paulo Henrique

Severo. No caso dos cariocas, duas mulheres,

Shirley Figueiredo e Adriana de Lima tiveram

ferimentos mais graves. A primeira quebrou três

dentes da frente, e a outra fraturou o pulso. As

vítimas alegam omissão de socorro por parte do

motorista.

O militar da Marinha, Diego Roberto de Lima

Martins, que estava no buggy, conta que oito

pessoas participavam do passeio em dois veículos.

Além dele e da mulher Shirley, um casal os

acompanhava. Na frente, em outro carro, duas

crianças de 10 e 2 anos, e outro casal. De acordo

Diego o acidente aconteceu quando ao entrar na

área das dunas, o buggy caiu em um banco de

areia. Eram 10h45 no momento do ocorrido. O

presidente do Sindibuggy explica que o trecho em

que o veículo passou pode ter sido modificado

pela ação das caminhonetes 4 x 4, segundo ele,

muito comuns na praia de Jacumã.

Para Paulo Henrique Severo, acidentes como esse

dependem do bugueiro e das condições do

terreno, mas também do comportamento dos

passageiros durante o passeio. "É conveniente que

fique todo mundo sentado no banco. Muitos vêm

relaxados na parte de cima e quando acontece

algum incidente acabam caindo do veículo",

ressalta. Além disso, o presidente do Sindibuggy

afirma que o recomendado é um buggy com três

passageiros para que o carro resista bem a

armadilhas na areia, como no caso dos cariocas.

Antes de um passeio, o presidente do Sindibuggy

conta que é importante saber se o profissional é

credenciado, se o bugueiro conta com seguro

contra acidentes e observar a caracterização do

veículo - os buggys credenciados possuem placa

vermelha eadesivos do governo. De acordo com

ele, todos os bugueiros pagam um seguro de

proteção ao turista, que prevê até R$ 10.000 para

cada passageiro em caso de acidente. Se houver

sinistro, o valor sobe para R$ 50.000 .

Mesmo no caso em que o passageiro já tenha

pago por assistência médica e outros gastos,

Severo informa que eles podem procurar a

Associação dos Proprietários e Condutores de

Buggys de Aluguel de Jenipabu (APCBA) para

conseguir ressarcimento. "Se deve juntar as notas

referentes e levar até para que seja entregue à

seguradora", conclui.

Militar alega omissão de socorro e vai apelar

para Justiça

O militar Diego Martins contabiliza R$ 3.000 de

prejuízo com o acidente. O militar teve de pagar a

cirurgia da mulher, que precisou colocar um pino

na boca e dar nove pontos em um corte no local,

e comprou novas passagens aéreas, pois Shirley

ainda não recebeu alta. Ele acusa ainda o

bugueiro, chamado Miguel, que realizava o

passeio, de ter se omitido a socorrer as vítimas. "A

primeira reação dele foi fugir", diz o carioca. Já o

presidente do Sindibuggy afirma que o

profissional foi buscar ajuda, e que a confusão foi

iniciada após a realização de um teste de

bafômetro pelo Comando da Polícia Rodoviária

Estadual (CPRE).

O teste teria dado positivo, no entanto, outros

bugueiros decidiram usar o aparelho para provar

que o resultado apontado estava errado. Só após

um teste na Polícia Rodoviária Federal (PRF) ficou

comprovado que Miguel não estava alcoolizado.

"Nesse meio tempo deu essa confusão toda", diz

Paulo Henrique Severo. Por outro lado, Diego

Martins conta que ele mesmo teve de acionar o

Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu)

que e os bugueiros se recusaram a explicar a

localização para que a polícia chegasse ao ponto

do acidente.

O militar acrescenta que as vítimas fizeram exame

de corpo delito no Instituto Técnico Científico de

Polícia (Itep) e realizaram um Termo Circunstancial

de Ocorrência (TCO) na delegacia de Ceará-Mirim.

Com uma avó morando em Natal, Diego visita

Natal há 10 anos e já havia realizado o mesmo

passeio de buggy. "Foi uma semana de terror para

nós. Eu já tinha feito o passeio, mas o pessoal foi

a primeira vez e nem pensa em voltar", afirma. O

cabo da Marinha vai entrar na Justiça alegando

danos financeiro e moral.


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