Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros do estado do Ceará estão paralisados desde o dia 29 de dezembro
Em cinco dias de paralisação, a greve
de policiais militares e bombeiros no
Ceará se espalhou por todo o estado,
deixando regiões inteiras
desprotegidas e alterando a rotina do
comércio e da prestação de serviços à
população. Lojas, quiosques nas
praias, postos de saúde e o tribunal
do estado fecharam as portas por
falta de segurança. Além disso, há
risco de um dos principais aeroportos
do Ceará, o de Juazeiro do Norte, ficar
sem condições de funcionamento.
Um relatório divulgado na página da
Associação dos Cabos e Soldados
Militares do Ceará detalha a situação
nas principais cidades cearenses. De
acordo com os dados, os policiais de
Juazeiro do Norte (inclusive a
Penitenciária Industrial do Cariri)
aderiram totalmente à paralisação. A
cidade fica no sul do estado e tem
cerca de 250 mil habitantes.
Os bombeiros do aeroporto de
Juazeiro também deflagraram
paralisação, o que pode impedir
pousos e a decolagens no principal
aeroporto da Região do Cariri. No
entanto, a Infraero (Empresa
Brasileira de Infraestrutura
Aeroportuária) informou que os
militares estão trabalhando e o
funcionamento ainda não foi
prejudicado.
Em Quixeramobim, localizada no
sertão cearense, policiais e bombeiros
entraram em greve. Também no
sertão, Quixadá está sem
policiamento e as viaturas estão
sendo levadas a Quixeramobim.
Em Iguatu, Icó, Piquet Carneiro e
Acopiara, no centro-sul do Ceará, a
Ronda (que é responsável pelo
policiamento nas ruas), o Pog
(Policiamento Ostensivo Geral) , a FTA
(Força Tática de Apoio) e os
bombeiros estão parados. Os
militares de Barbalha e Brejo Santo,
também na região sul, aderiram ao
movimento.
Em Baturité, no norte cearense,
houve paralisação de todas as
viaturas, e 12 municípios do Maciço
de Baturité estão sem policiamento.
Viaturas de Boa Viagem e de Santa
Quitéria, municípios da região centro-
norte cearense, estão sendo
encaminhadas a Canindé.
Na região de Jaguaribe, no nordeste
do estado, o município de Russas -
onde foi sorteado um dos bilhetes do
prêmio da Mega-Sena da Virada - está
sem policiamento. As viaturas de
Aracati, outro município da região,
estão sendo levadas para Fortaleza.
Veículos de policiamento ostensivo de
Acaraú e Amontada, no noroeste e
norte do estado, respectivamente,
também aderiram ao movimento.
Todas as viaturas da Cipe (Companhia
Independente de Policiamento de
Eventos) permanecem paradas e os
policiais estão aquartelados. Os
Correios paralisaram as atividades e
em Fortaleza e na região
metropolitana da capital, o comércio
fechou após arrastões. A associação
de militares informou, ainda, que os
motoristas e cobradores de ônibus de
Fortaleza podem paralisar atividades.
A Polícia Civil do Ceará também
ameaça aderir ao movimento de
greve. O secretário executivo da
Polícia Civil, Antônio Castelo Barros,
disse que os policiais se reunirão
ainda hoje em assembleia para definir
se haverá paralisação da categoria.
Não há data para o início do
movimento, segundo ele.
De acordo com o secretário, os
policiais querem reajuste salarial,
melhores condições de trabalho, a
nomeação de agentes que passaram
em concursos públicos e seleção de
novos profissionais. Castelo Barros
acrescentou ainda que será
respeitada a legislação, que determina
que 30% do efetivo policial fique em
alerta e na ativa, mesmo quando há
greve.