Policiais militares e bombeiros doDF ameaçam entrar em greve àsvésperas do Carnaval
Entidades que representam os
policiais militares e bombeiros do
Distrito Federal realizarão, nos
próximos dias, assembleias para
avaliar a possibilidade de greve da
categoria. Pelos menos três líderes
ouvidos pela Agência Brasil --entre
eles, um oficial-- disseram não
descartar a possibilidade de uma
paralisação às vésperas do Carnaval.
No próximo sábado (11), as
associações dos oficiais da Polícia
Militar (Asof) e do Corpo de
Bombeiros (AssofBM) realizam
assembleias para decidir se aderem
ao movimento unificado, iniciado por
policiais militares, e participam da
assembleia conjunta prevista para o
próximo dia 15, em Taguatinga.
A assembleia conjunta do dia 15
servirá para que policiais e bombeiros
de entidades que aderirem ao
movimento unificado decidam se
entram em greve, caso o governo do
Distrito Federal não aceite negociar
com a categoria.
Consideradas as diferentes entidades,
os cerca de 22 mil policiais militares
do Distrito Federal exigem reajuste
salarial, isonomia com a Polícia Civil
(segundo os militares, mais bem
remunerada) e melhores condições
de trabalho.
Uma das entidades que divulgaram
pauta de reivindicações, a Associação
dos Praças Policiais e Bombeiros
Militares (Aspra), defende aumento de
52% sobre o salário bruto dos
subtenentes, a título de reposição das
perdas salariais dos últimos quatro
anos. A associação diz que a
categoria não teve reajuste nesse
período.
De acordo com o presidente da
Associação dos Oficiais do Corpo de
Bombeiros Militar (AssofBM), coronel
Sérgio Fernando Aboud, a greve ainda
não é consenso, embora as
reivindicações sejam justas e o
movimento já conte com o apoio de
muitos oficiais.
“A priori, não queremos fazer
nenhuma paralisação. Vamos
reapresentar nossas reivindicações ao
governo --que não nos ouviu no ano
passado-- e ver o que ele tem a dizer,
mas não descartamos a possibilidade
de uma greve. Tudo vai depender do
resultado das [duas] próximas
assembleias”, disse o oficial à Agência
Brasil.
Para Aboud, há quem queira
aproveitar o momento e reproduzir
no Distrito Federal a paralisação da
Polícia Militar baiana, em greve desde
o último dia 31. “Eu acho isso
irresponsável, pois cada Estado tem
suas realidades. De qualquer forma,
se os oficiais resolverem parar,
acabou. Para tudo.”
De acordo com o coronel, há quatro
anos, a categoria não recebe reajuste
salarial, embora o volume de recursos
repassados pelo governo federal ao
Distrito Federal, por meio do Fundo
Constitucional, tenham aumentado.
Criado em 2002, o fundo é uma
modalidade de transferência de
recursos da União para o governo
local custear, integralmente, os gastos
com segurança pública e,
parcialmente, as despesas com saúde
e educação.
Já o vice-presidente da Aspra,
sargento Manoel Sansão Alves
Barbosa, disse que, se até o dia 15, o
governo do Distrito Federal não der
sinais de que está disposto a receber
os representantes da categoria e
atender suas reivindicações, a
assembleia geral fatalmente resultará
na paralisação.
“É mais que justo que a categoria
cruze os braços após o dia 15, caso o
governo do Distrito Federal não
demonstre boa vontade de negociar”,
comentou Sansão, garantindo que o
aumento dos repasses do Fundo
Constitucional chega a 58,06% entre
os anos de 2008 e 2012.
“Por isso, queremos o aumento de
52%. E pode ter certeza de que não
iremos para o movimento como os
colegas da Bahia [onde parte dos
militares não aderiu à paralisação].
Vamos todos unidos, até os oficiais” ,
afirmou.
Procurada pela Agência Brasil, a
Secretaria de Segurança Pública do
Distrito Federal informou ter tomado
conhecimento do movimento ontem
(6) à tarde e disse que já está
avaliando a situação.
Está prevista, inclusive, uma reunião
com o comando das duas forças para
decidir como tratar o assunto, além
de convite às lideranças do
movimento para negociar.
noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/02/07/policiais-militares-e-bombeiros-do-df-ameacam-entrar-em-greve-as-vesperas-do-carnaval.htm